quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Teu corpo chorado por mim,
afogado em lágrimas que afundam ferida,
e amado com um Amor que não se sabe se é,
este teu corpo que outrora me vira partir
hoje me esperar chegar para dizer se é fato que em águas passadas jamais mergulharemos mais.

Enquanto isso, a minha dor
que tão sóbria me desfigura o rosto
já não mais me permite ver cor.
Ela ordena.
Obediente, abdico de toda a vaidade para profundo sentir isso tanto que me enforca lento.
Meio morta, percebo que em minhas veias nunca antes passara um sangue tão vívido. E expurgando lágrimas sem fim, é fato que há muito já parti.
Pétalas frágeis se deixam pelo caminho.
Antes de ressecarem, dançam última valsa folha ao vento.
E me veem, ainda que por instante desatento,
breve,
lento,
meu leve sorrir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário