domingo, 15 de novembro de 2015

me sinto muito triste por não conseguir mais escrever; choro todas as palavras e elas se perdem no mar a se formar no meu colo antes mesmo dos meus dedos começarem a dançar. como dói sentir a dor das coisas todas e ainda não conseguir escrever sobre elas, apenas deixá-las guardadas dentro de mim apertando meu corpo como uma bomba-relógio crescente, enquanto meu rosto molhado implora por vento e sal de mar; por algum terno horizonte que possa me guiar na impressão bonita do infinito. plástico, adoçante e wifi estão me tornando esquizofrênica. sinto necessidade de olhares demorados, da contemplação dos detalhes mais banais do cotidiano e da maravilhosa alegria de sentir verdadeiramente que a vida flui dentro do meu corpo, transbordando cabelos e mãos e lábios e alcançando os pássaros que rumam os raios de sol ao se pôr. sinto saudade dos nuances dos tons de laranja, rosa, lilás que preenchem as nuvens no amanhecer dos dias abençoados.
beleza.
falta da indescritível beleza que há nas ações movidas pelo Amor. e me toca fundo na ferida toda essa falta de toque que se converte numa inconformação crescente que se faz liberta em forma de lágrimas e de palavras que nunca escrevi. é impressão minha ou nada existe de verdade?
me sinto doente por não entender coisa alguma; às vezes o ser humano me enche de medo.
enquanto escrever me dói, não escrever me dói profundamente mais.
já não posso mais parar.
sou feliz. me sinto muito grata, o tempo todo, por tudo e por todos. mas agora, apenas alucinada de tanta tristeza dum surto terrível que é meu vômito das coisas terríveis desse mundo, tô me sentindo muito sozinha e quando me olho no espelho não sei porque eu sou.
oh, céus...
mal comecei, mas já não posso mais continuar.

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