quinta-feira, 18 de junho de 2015

Luna

Sempre a posar com a doçura
De quem sabe por dentro e enfim
Que para todo e eterno sempre
Brilhará apaixonadamente sozinha

Surge aos poucos
Como que coberta por ingênuo pudor
Como quem precisa do doce tecer do Tempo
Para majestosamente despir-se à luz de si própria

No início, ela é apenas um sorriso no Céu
Um risco alaranjado e cheio de calor
Que de tão inocente e tão singelo
Faz transbordar dos eternos românticos os sinceros olhos

Depois, deixa delicadamente desprender de si
Mais um pedaço de seu manto consagrado
E mostra-se mais um pouco, com elegante capricho
E mais um pouco se entrega à dança pelo som da gaita de uma criança encantada

No fim, ela é rainha de si.
Tão dona daquilo que pura e simplesmente é,
E tão cheia das incertezas mais tenazes,
Que liberta-se de tudo aquilo que um dia lhe provocou dor.


Em sua mais completa nudez e exposição
Ela, Luna, tão bela e iluminada
Mesmo fadada à solitude dos astros sofridos
Veste o coração daqueles que da Terra a observam Apaixonados. 

E seu brilho ensurdecedor
Que lhe transborda como o beijo de um Amor
Enche as noites de todo o mundo
Com seu misterioso e acolhedor calor de mulher...

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