a minha alma, que é um pequeno e translúcido pedaço impalpável de luz, a minha alma precisa da arte, precisa da força da arte, da música, da literatura, da dança, da beleza, da força e da delicadeza de todas as formas de amor, de todas as formas de fazer o amor transbordar, que são resultados do transbordamento do amor no coração humano. meu coração precisa transbordar também, meus olhos precisam transbordar também, meu corpo ama sentir as lágrimas se formando e escorrendo de mim e por mim. a minha alma precisa ser tocada de forma profunda e sutil, precisa de carinho, e esse carinho vem na melodia e dos timbres das vozes de quem eu não conheço, dos dedos e das palavras que extrapolam a mente de quem não conheço, não conheço mas amo e admiro tanto, acho tão lindo... porque é feito gente e transborda amor também, e provoca em mim a palpitação do meu coração, que pulsa um amor universal... por isso eu me afasto às vezes, muitas vezes, das coisas que são superficiais e que não me aquecem por dentro, por isso às vezes eu enlouqueço por dentro ao perceber a falta de conhecimento das pessoas que sabem tanto sobre tudo mas desconhecem os corações de seus irmãos, que não transbordam amor por eles... mas até esses eu amo, eu sinto tanto amor pelas pessoas todas porque acredito em sua bondade natural, meio utópica à lá rosseau, mas eu não ligo... eu não me importo em ter uma visão idealizada, em julgar muitas coisas como perfeitas, porque pra mim a perfeição não é a ausência de defeitos mas a própria existência em si, e teorias científicas e comprovações físicas podem me provar e me querer tornar cética mas o que sinto não é explicável nem comprovado, eu apenas sinto, e isso também é perfeito, e eu amo a existência desse sentimento contínuo e intenso e universal e profundo que me preenche e me torna tão eu, eu transbordo tanto... ah, como eu preciso me encontrar com a arte, preciso das pinturas e das cores para me lembrar de como sou colorida por dentro, de como transbordo todas as cores do mundo. eu não me importo em fazer sentido porque quando escrevo os meus olhos choram muito e eu escrevo sem controle, porque nesse momento eu sou apenas a manifestação da arte que me toma o corpo, o dedo, as ideias e age através de mim... nesse momento eu sinto uma emoção incontrolável, e não há como explicar isso! como explicar isso? como explicar as saliências, os abismos, os caminhos tortuosos e sangrentos do coração humano? eu me sinto grata por não saber explicar, agradeço por me contentar com esse sentir, pois esse meu sentir é tão denso que me serve e preenche não meu cérebro mas o cerne da minha existência. meu coração está acelerado ainda e pulsa esse amor universal que eu digo que transbordo, e eu desejo com tanta intensidade que todos possam transbordar assim também... pois todos guardam em si o amor do mundo que é a vida, a existência... e eu sorrio tão feliz ao pensar nisso...
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