quinta-feira, 5 de julho de 2012

Monólogo (?)


Hoje eu vim escrever sem a Verbalizada - sendo simplesmente a Juliana. Sem motivo algum, deu vontade de largar as palavras rebuscadas, as formações frásicas cheias de hipérbatos e boniteza, e mergulhar nessa simplicidade tão bonita - a das palavras espontâneas. Ultimamente eu ando feliz, e amo gritar essa felicidade, pois sinto que assim posso ajudá-la a se proliferar, contaminando um pouquinho cada um que me ouve falar. E sabem a razão de toda essa felicidade? Eu não sei também, mas, sinceramente, prefiro não saber. Acho que é que eu tô viva, sentindo a sorte de ter toda essa vida dentro de mim, de morar numa boa casa, de ter todas minhas necessidades básicas satisfeitas, de ter família e amigos maravilhosos. Acho que é porque também cansei de ser tão triste quando tantas pessoas, com motivações muito menos consistentes para tal, conseguem plantar e cultivar a alegria em sua forma mais pura, mais bela. Talvez eu também tenha percebido que o prazer de estar feliz consegue ser maior do que o de estar triste. Sei lá.
Bem, acontece que, além disso, eu baixei umas músicas muito boas para ouvir no Ipod e agora posso dançar tanto parada quanto em movimento, no ônibus, na rua, escovando os dentes no banheiro da minha casa. Sugiro que todos façam isso também, pois às vezes, quando sinto que a tristeza tá chegando pertinho do meu ouvido pra sussurrar aquelas palavra sedutoras e irresistíveis, ponho um Falamansa no volume máximo, ou mesmo um Usher, e danço louca e retardadamente - o que não é tão feio, na verdade, mas incomoda muita gente.
Até o pessoal tá dizendo que ando mais bonita (apesar de eu não me achar), dizendo que tô cantarolando demais, que pareço apaixonada. E eu tô, mesmo, perdidamente apaixonada pela vida, por mais clichê que isso possa parecer.
Ah, e por ser tão sensível, tô conseguindo ver beleza, afeto e humanidade em tudo. Sempre vi, mas parece que isso anda mais aguçado. Hoje mesmo, em frente ao shopping, ouvi um moço tocando harpa. Deus, foi tão maravilhoso!! Até reconheci Chopin e Beatles! E prestei atenção à letra da música do Zeca Baleiro e, nossa, quanta poesia camuflada, quanta sensibilidade, quanta arte! Também parei de me achar estranha por estar, talvez, um pouco na frente das pessoas da minha idade, e não me acho mais chata, acreditam!? Aceitei o fato de que tenho dificuldade para encontrar alguém que aceite e aprecie a espontaneidade dos meus atos e que goste de conversar sobre música, beleza natural, céu, mar e livro de crônicas. Incompatibilidade, coisa e tal.
Ah, gente, nós todos temos tantos motivos para sermos felizes. É bobagem da nossa parte ficar nos lamentando pelas coisas chatas que temos na vida, remoendo problemas que - olhem com outros olhos - não são tudo isso, podem ser menores. Odeio generalizar, mas acredito que grande parte dos seres humanos gostam de ser vítimas, de ser vistos como tal. Mas, concordem, não vale a pena ficar mantendo essa imagem, não. Ninguém têm pena de ninguém, e, quando tem, é só de si mesmo. Pra que isso?
Sempre me apavoro quando fico feliz desse jeito, pego-me de surpresa vendo-me, de repente, assim tão bem. Isso já aconteceu outras vezes, mas não mantive a felicidade por puro medo de perdê-la. Sabe quando você gosta tanto de uma blusa que para de usá-la para que, no futuro, possa aproveitá-la (já que não a gastou antes), mas ai fica comprida demais e não cabe mais nela? É tipo isso, mas agora não tenho medo, agora eu agarrei essa minha nova eu que sabe ter um boletim brilhante, que sabe dizer não à todas as coisas ruins sem hesitar, que sabe ser muito feliz com o que, aos olhos dos outros, não é nada. O pôr do sol, uma caminhada na rua, um carro que pára quando o semáforo pisca amarelo, o senhor que no ônibus lotado cede seu lugar, um beijo no rosto da minha mamãe. O dormir, o acordar, o viver. Isso tudo tá me fascinando mais que nunca e eu não vou deixar essa visão do mundo ir embora, porque ela me faz tão bem!!
Permitirei-me sentir-me triste, pois qual ser humano consegue viver só de coisas boas? Não, os sentimentos ruins também fazem parte da vida e nos ajudam a ficar ainda mais felizes quando, de súbito, felizes ficamos. Sei lá. Eu amo essa vida e ando até mesmo me amando um pouquinho. Ontem amei meus lábios, meus olhos, amei minha firmeza, minha sensibilidade e facilidade de chorar; amei meu sorriso torto, amei minha dificuldade de me amar, amei meus pulsos. Eu amo essa vida e aradeço a Deus por tê-la e guardá-la, sou feliz e amo, amo, amo, amo essa vida, e amo essa vida.

5 comentários:

  1. Senti-me feliz ao ler esse texto. A sua felicidade me contagiou. E acho que é por aí mesmo : encontrá-la nas pequenas (e grandes) coisas. Pois,na verdade,a felicidade não está nelas,mas sim em nós mesmos. Nós é que a refletimos em nosso exterior. E sim,é tudo muito complexo e vulnerável. Temos altos e baixos,isso é normal,nós somos assim,a vida é assim,mais um motivo para aproveitar o momento ao máximo.Como dizia Eintein:“Rejeitar a felicidade com medo que ela acabe é o meio mais certo de tornar-se infeliz” . Sejamos todos felizes lembrando de agradecer à Deus todos os dias o simples fato de estarmos vivos e com isso termos uma imensa gama de possibilidades... Depois passa no meu blog também: http://criaturabiruta.blogspot.com.br/
    Bjs :)

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  2. Esqueci de dizer : Criatura Biruta sou eu : Ana Paula Queiroz...rsrsrsrs

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  3. Lindo texto. Você realmente está mais bonita e mais zé ruela.
    Continue assim, escreva como você quer. Beijo.

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  4. Fico feliz em saber que o primeiro texto seu que leio é simples, sem palavras rebuscadas, mas ainda assim, com muita boniteza :)

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